segunda-feira, 26 de março de 2012

Review: Uncharted - Drake's Fortune

Review

Alguns personagens são tão bem sucedidos que acabam virando símbolos de um determinado console – Mario, por exemplo, sempre será associado aos videogames da Nintendo.

As plataformas da Sony jamais tiveram um mascote carismático como o encanador bigodudo, mas conseguem emplacar com consistência títulos que incorporam o espírito de sua geração – foi assim com Final Fantasy VII e Crash Bandicoot no Playstation original e God of War no PS2.

No Playstation 3 poucos jogos conseguiram ser tão importantes quanto Uncharted, um game que casou ação e plataforma para criar a maior aventura dos videogames.

Nota:
  • 9
  •  
  • 9
  •  
  • 9
  •  
  • 10



Prós
  • Ação e aventura na medida certa
  • Dublagem impecável
  • Personagens carismáticos
  • Gráficos bem detalhados
  • Jogabilidade bem divertida
Contras
  • Muito linear
  • Enredo simples demais
  • Dificuldade baixa









Conclusão
Uncharted é um dos jogos obrigatórios para os donos de Playstation, casando de forma harmoniosa vários gêneros diferentes, com doses exatas de ação e exploração. Tudo no jogo foi feito com capricho, o que instiga o jogador a terminar o game várias vezes. Mesmo com o lançamento de Uncharted 3, Drake’s Fortune ainda reserva bons momentos de gameplay tanto para os fãs da franquia quanto para novos jogadores.


Embarque em um dos melhores exclusivos do PS3

Nome: Uncharted: Drake’s Fortune
Gênero: Aventura
Distribuidora: Naughty Dog / Sony Computer
Plataforma: Playstation 3

Uncharted: Drake’s Fortune (Foto: Divulgação)História de cinema

O enredo de Uncharted lembra os grandes filmes de aventura dos anos 80, como Caçadores da arca perdida e As minas do rei Salomão.

O protagonista Nathan Drake é um parente distante do explorador Sir Francis Drake, o lendário almirante da marinha britânica que circunavegou o globo em 1577.

Como descentende do grande marinheiro, Nathan questiona a versão oficial da história, em que Sir Francis morreu de disinteria (o que de fato aconteceu, mas o game toma uma liberdade poética com o passado) e parte em busca do esquife do explorador acompanhado pela jornalista Elena Fisher, que grava a expedição para fazer um documentário sobre Francis Drake.

Uncharted: Drake’s Fortune (Foto: Divulgação)

Nathan encontra o caixão de Sir Francis no oceano, mas confirmando suas suspeitas ele está vazio – ou quase: lá estava o diário do capitão, preservado no fundo do mar dos olhares curiosos da humanidade, confirmando aquilo que Nathan sempre suspeitou: Sir Francis fingiu sua morte para ludibriar o mundo antes de embarcar numa grande jornada. Porém, a comemoração dura pouco, já que Nathan e Elena logo são atacados por piratas. A dupla é salva por Victor “Sully” Sullivan, um velho amigo de Nathan.

Juntos, os três passam a desvendar o diário de Sir Francis, e descobrem que o explorador estava atrás do mítico El Dorado. Com as indicações deixadas pelo ancestral de Nate, o grupo inicia uma expedição pelas selvas amazônicas seguindo o rastro do tesouro e encontrando uma série de perigos no caminho, incluindo saqueadores gananciosos e um excêntrico legado nazista escondido na selva.

Inferno verde

A jornada do trio passa por vários ambientes inóspitos, como florestas densas, cavernas soturnas, cidades perdidas e ruínas inexploradas, e todos estes cenários tem tratamentos impecáveis: a selva parece viva, as cavernas são úmidas e as ruinas praticamente fazem o jogador sentir o mofo da alvenaria abandonada graças aos gráficos de primeira.


Mas não são apenas os belos gráficos que impressionam: a fotografia (se é que podemos chamar assim) é muito boa, valorizando os personagens e cenários com competência – uma verdadeira lição de câmera, até mesmo para jogos mais modernos. Tudo isso ajuda ao jogador ter a perspectiva correta da ação, seja através da mira de uma arma automática ou de um enquadramento aberto diante do abismo, capaz de causar vertigens até nos jogadores mais experientes.

Gameplay arrasador

Explorar lugares ricamente detalhados sempre foi interessante, mas nunca foi tão divertido quando em Uncharted: misturando tiroteios em terceira pessoa e plataforma, o jogo tem uma excelente resposta para os comandos do jogador, seja durante um combate ou uma sequência de saltos que exige precisão. O único ponto negativo é o hitbox dos inimigos: é bem difícil acertar aquele tiro certeiro na cabeça – mesmo mirando cuidadosamente, você não consegue despachar os adversários gastando apenas uma bala.

Uncharted: Drake’s Fortune (Foto: Divulgação)

Falando em balas, os efeitos sonoros do jogo são muito bons. Tiros, explosões e até os ruídos da floresta são muito bem representados. Porém, o que mais salta aos ouvidos são as vozes dos personagens: as dublagens são fantásticas. O trabalho que mais chama atenção é de Nolan North, ator que já emprestou sua voz para vários jogos de videogame e personifica umNathan Drake na medida: engraçado sem ser irritante, confiante sem arrogância, ousado sem se achar invencível.

Além dele, Emily Rose convence como Elena Fisher, uma personagem feminina forte e determinada, que faz um par perfeito com Nathan, mas sem roubar a cena. Completando o trio de protagonistas, Richard McGonagle (que já havia dublado Metal Gear) dá o tom “tiozão” para Vic Sullivan.

Aventura empolgante

Como já vimos, Uncharted tem muitos méritos técnicos: enredo convicente, jogabilidade eficiente, belos gráficos e dublagem impressionante, porém tudo isto não seria suficiente para que este game não tivesse o seu merecido sucesso caso o jogo fosse bem conduzido.

E nesse sentido o jogo da Naughty Dog realmente brilha: a aventura é muito bem conduzida. Se fosse um filme, Uncharted poderia concorrer facilmente levar o prêmio de “melhor direção” em qualquer festival de cinema de 2007, já que tudo parece ocorrer no momento certo.

Uncharted: Drake’s Fortune (Foto: Divulgação)

O enredo vai se desenrolando com um bom ritmo, deixando o jogador curioso ou tenso conforme a trama pede, e ainda misturando toques de humor sem prejudicar o desenrolar da trama; para completar o design das fases é primoroso: todos os estágios são criativos, sem cenários reaproveitados – cada lugar que Nate visita parece único e vibrante de um jeito diferente, e a forma como voce explora tais lugares também é bastante variada: além dos pulos e tiros, existem fases de combate veicular, fugas desesperadas, jet skis cruzando as corredeiras da floresta e até momentos de survival horror que deixam o jogador tão tenso quanto qualquer Resident Evil.

Com tanto capricho, não era de se esperar queUncharted fosse considerado o melhor jogo de 2007 por vários sites especializados em games, como Kotaku e IGN. Além de aclamado pela crítica, o jogo game também foi bem recebido pelo público: segundo a Sony, o primeiro título da franquia já vendeu mais de três milhões e meio de cópias – e a melhor notícia é que, a partir deste game, a série apenas evoluiu.

Resta apenas esperar que Uncharted 3 termine a trilogia da forma como seus personagens merecem: com chave de ouro, de preferência tirada de um sítio arqueológico escondido em algum lugar nas profundezas da Amazônia.

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