Review
Child of Eden é um jogo de tiro on-rails que promete oferecer uma viagem ao luminoso, colorido, melodioso e, acima de tudo, psicodélico mundo de Eden. O enredo da aventura coloca o jogador na missão de resgatar uma mulher, Limi, que está presa em Eden, um mundo virtual equivalente à internet no futuro. O problema é que esse mundo está infectado por um vírus, sendo que durante sua jornada será necessário purificar todos os Archives (“arquivos” no lugar de fases) de Eden.O jogador recebe três tipos de armas: o tiro comum, a metralhadora e o que os desenvolvedores chamam de “Happy Bomb”, ou “Bomba Feliz”. Além da opção de utilizar os controles comuns das plataformas, a versão para Xbox 360 oferece a possibilidade de aproveitar o periférico Kinect para amplificar a sensação de ser o regente de uma orquestra.
A sensação de ser o maestro vem da natureza do game, que adota design inspirado na vida, na Terra, no universo e no oceano. O jogo conta com diversas estruturas com formas delirantes, junto com criaturas do mar como anêmonas, águas-vivas e até baleias, tudo em neon.Cada objeto purificado por disparos demonstra um efeito visual e sonoro único. Assim, seus tiros constroem uma melodia do estilo musical eletrônico, acompanhado por uma voz feminina, enquanto explosões de brilhos, cores e formas surgem na tela.
Nota:
- 9
- 9
- 9
- 10
Prós
- Casamento som/imagem impecável.
- Jogabilidade simples e funcional.
- O Kinect traz uma experiência única.
Contras
- Pouco incentivo para voltar a jogar.
- Campanha curta.
Conclusão
Mais obra de arte interativa do que game propriamente dito, Child of Eden consegue encapsular aquilo que, em essência, nos faz querer jogar um videogame: a inconsequente paixão pela descoberta.Por trás de todo o espírito artístico, esconde-se um título que é obrigatório para qualquer um com vontade de se mexer na frente da tela.
Confira a análise do Santa Games sobre o Child of Eden:
Child of Eden: sinestesia em movimento
Nome: Child of Eden
Gênero: Aventura
Distribuidora: Ubisoft (distribuído no Brasil pela NC Games)
Plataformas: PS3 e Xbox 360
Gênero: Aventura
Distribuidora: Ubisoft (distribuído no Brasil pela NC Games)
Plataformas: PS3 e Xbox 360
Child of Eden |
Child of Eden é, antes de tudo, um pesadelo publicitário. Assim como a obra de seu criador, Tetsuya Mizuguchi (responsável porRez e Space Channel 5), o game flerta constantemente com os preceitos do shooter e com a pura experiência sensorial sem nunca atender à ambas em suas formas mais tradicionais. Explorando explosões de cor e forma e nunca se ajoelhando aos simples caprichos dos jogadores, o conflito aqui é simples: como é que se vende uma coisa dessas?
Confira um gameplay do Child of Eden:
A Microsoft tentou aproximá-lo ao público casual, como se Child of Eden fosse o próximo hit Fitness/rítmico do Kinect. A abordagem é exata até um certo ponto, mas exclui o que faz a mágica do jogo: apesar de todo tiroteio e todas as gesticulações, o jogo é uma experiência audiovisual nos termos criativos de Mizuguchi. E esta é a parte complicada.
Explosão sensorial
Vamos por partes: no universo futurista de Child of Eden, jogadores devem exterminar a proliferação de um vírus fatal em uma mainframe gigantesca (a Eden em questão), cujo papel é registrar toda a experiência humana em seu interior cibernético. Jogadores devem passar por cinco arquivos distintos em sua missão, todos transbordando beleza e engenho criativo. Em Evolution, por exemplo, o jogador acompanha uma gigantesca baleia néon que lentamente se transforma em um pássaro. Beauty é coberto de flores e Passion termina em um embate contra dois corpos celestes.
O jogo te mantém em uma visão em primeira pessoa, controlando um alvo, e lá se vai o jogador, estourando estranhos vírus com toda a pompa visual e musical ao seu redor. E é aqui que a palavra “experiência” é importante: cada inimigo morto gera um som, e sua própria performance adiciona novas camadas à música, como se a verdadeira intenção do jogo fosse te fazer experimentar seu elegante universo audiovisual da sua própria maneira. E, em partes, isso é verdade.
Sinestesia em ação
Jogadores hardcore, entretanto, vão ficar felizes em saber que, sim, Child of Eden tem um elemento de desafio e tática em sua jogabilidade. O jogador tem a seu dispor três armas distintas: o Tracer é um raio de alta velocidade que pode destruir inimigos e parar projéteis adversários. O Lock-on Laser pode travar a mira em até oito alvos distintos e soltar uma rajada fatal. O Euphoria por sua vez é a clássica bomba arrasa-quarteirão que destrói tudo na tela.
Cada uma tem sua particularidade e a habilidade em saber o que usar e quando usar vai ser essencial para limpar os arquivos finais do jogo. A Tracer é sua principal arma defensiva, enquanto o Laser, se usado em harmonia com o tempo da música, te permite aumentar sua pontuação com um saudável multipalier.
A Euphoria é uma saída fácil para situações cabeludas, mas o jogador perde preciosos pontos ao usá-la. E se vocês querem saber, completar todas as estrelas em cada fase de Child of Eden e 100% de Purification é tarefa para poucos e vai ser, de longe, a maior motivação para revisitar a curta campanha, que pode ser zerada em questão de três horas.
Dançando no escuro
O grande atrativo do game está em seu tão falado suporte para o Kinect. Em nossa experiência com o título, vale deixar claras algumas ressalvas. Primeiro: o jogo é bem mais fácil com um controller tradicional. Ao invés de simples cliques de botão para trocar as armas, o Kinect reconhece que sua mão esquerda representa a Tracer e a direita, o Lock-On Laser.
E aí vem a segunda ressalva: sem um ambiente com luminosidade homogênea, o sensor costuma ter problemas em diferenciar uma mão da outra. Mas quando tudo funciona perfeitamente bem, a experiência é incrível. Toda a gesticulação vai te fazer se sentir dentro do jogo, e a necessidade de alvejar inimigos ao ritmo da música torna toda a ação uma elaborada rotina de dança. O jogo, em uma sábia manobra, deixa registrados scores diferentes para controller e Kinect, que você pode comparar com outros jogadores pelo mundo através de uma Leaderboard online.
Já exaltamos bastante os visuais caleidoscópicos de Child of Eden, mas o maior trunfo da equipe foi em saber organizar toda a bagunça surrealista em uma experiência de jogo linear e digerível. Pequenas dicas visuais e sonoras te mantém informado no que exatamente você pode atirar ou quando você está prestes a tomar dano. Não nos sentimos em momento algum perdidos, nem tampouco soterrados em informações sensoriais. Para um jogo com essa carinha, acredite, este é um trunfo e tanto.
A parte sonora, por outro lado, é trazida pela enérgetica banda Electro/J-Pop Genki Rockets– cujo trabalho já deve ser familiar para quem jogou No More Heroes (Wii). Vale dizer que as composições raramente fogem de ser açucaradas e exageradas, mas se você se preocupa com esse tipo de coisa, por que raios está lendo uma resenha de Child of Eden?! No fim das contas, a trilha vibrante casa muito bem com a explosão visual do game, e é difícil não ficar hipnotizado em alguns momentos.
Conclusão
Mais obra de arte interativa do que game propriamente dito, Child of Eden traz uma lição preciosa em game design: nem todas as grandes recompensas precisam ser precedidas por grandes desafios. E é em te encaminhar por uma viciante caleidoscópio sonoro, visual e temático em uma jogabilidade tão simples, que Child of Eden consegue encapsular aquilo que, em essência, nos faz querer jogar um videogame: a inconsequente paixão pela descoberta.
É um caminho que Mizuguchi já trilhou em Rez, e quem jogou o título pode se sentir um pouco em casa demais. Mesmo assim, a adição dos controles do Kinect (se bem calibrada pelo gamer) traz um gosto novo à experiência, e é incrível notar o quanto dela foi montada com o movimento em mente. Por trás de todo o espírito artístico, esconde-se um título que é obrigatório para qualquer um com vontade de se mexer na frente da tela.
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